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"Com pequenas variantes, era um dia como todos os outros, até que bateste levemente na porta e inundaste a minha sala com a água clara dos teus olhos e salvaste a minha vida com um filtro mágico do teu sorriso e acendeste o mundo com o outro da tua trança semidesfeita e disseste, venho saber no que posso ajudá-lo, o meu nome é Inês."

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Não estou a brincar

- Boa tarde ! - disse ela naquele sorriso luminoso e olhos quase fechados.
E qualquer conversa poderia ter partido daquele sorriso. Percorremos vidas amigas e falámos sobre coisas interessantes. Mas em quase todas as conversas há uma grande tendência para tentar adivinhar o amanhã. Ela não parava de sorrir e isso contagiava-me. Veio então o futuro e por momentos eu parei de sorrir. Tentei conter-me e não explodir com todas as dúvidas que me fazem parar mas, inocentemente, respondi.
Foi então que ela abriu aqueles olhos, que tão pequenos pareciam, e fez um ar de espanto, disse numa voz apressada "oh meu Deus".
Ficou no ar uma certa dúvida, eu vi-a nos olhos dela que ela esperava que eu dissesse "estou a brincar" ou apenas desvendasse que, afinal, era só para ver a reacção dela.
Mas não!
Eu tinha respondido de coração aberto e quando vi aquele ar de espanto o meu coração ficou reduzido a nada, não soube que dizer, porque aquela era a minha vontade e já era incontornável.
Para a mesma resposta já vi várias expressões: um sorriso desconfiado, um fechar de olhos de desânimo, um mundo inteiro à minha frente, desilusão, alegria e êxtase.
Pois bem, é este conjunto de emoções que dá alento aos meus dias. É claro que nunca vou deixar bem toda a gente, é claro que vou desiludir sempre alguém. Contudo eu tento ser sempre autêntica, não quero deter percursos naturais, como o dos rios, nem quero perder a alegria de viver. Quero estar sempre receptiva quando surgirem desafios, quando surgirem dificuldades e gozar as alegrias, beber a sua essência e guardá-la no coração., a iluminar o que me aflige, o que me afasta do mundo, o que me tira vida.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

vivemos livre numa prisão

é o título de um livro. é a nossa realidade. é aquilo que sinto todos os dias. é o que vejo e o que vemos não mente, quando a visão é despida de juízos imorais.
vivemos livres mas aprisionados, estamos desde sempre pré-destinados a aprender que somos livres, mas educados como se não fossemos. quanto à condição humana eu não me quero queixar. e já que é assim, quero ser feliz, amar as pessoas que me fazem feliz e amar ainda mais aqueles que me magoam. esquecer os fracassos quando eles só servirem para construir barreiras no meu caminho. e não quero saber das leis que temos de cumprir, quero viver no mundo que eu desenhei, com as cores que pintei. quero ter os meus sonhos, sem que eles se relacionem com o estado, com a política, com a economia, com a sociedade irracional que prejudica os outros. quero viver mesmo livre, por maior que seja esta prisão, por mais apertada que se torne mesmo que seja grande.

quero, e só porque querer já posso ter.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

a moment like this



esta música explica muita coisa para mim.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

hoje vi-te

... sei lá eu o que quero dizer. despedir-me de ti, "Adeus, um dia, voltarei a ser feliz"... eu já não sei se sei o que é sentir o teu amor não sei o que é sentir. se por falar, falei, pensei que se falasse era fácil de entender. talvez por não saber falar de cor, imaginei. triste é o virar de costas, o último adeus... sabe Deus o que quero dizer.
queria dizer tanta coisa mas o medo e o silêncio calaram as minhas palavras, retirou-lhes o sentido e apagou-as das minhas mãos. cá eu guardava-as com pureza e agora que não são minhas, estou sem poder dizê-las ou pensá-las, assim eu sinto elas a ferirem o meu coração.

domingo, 25 de janeiro de 2009

parece mas não é

já escolhi vários caminhos
e já enveredei por outros.
descobri, sempre com perseverança,
diferentes modos de caminhar.
e assim, soube que
o que vemos no caminho
é que faz a diferença.
procurei, incessantemente,
respostas para tantas perguntas.
e julguei que estivessem na meta
mas quando lá cheguei já as tinha respondidas.
o que faz crescer, o que faz ser,
é aquilo que acabamos por ver e viver.
tão só e simplesmente...

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

adeus!!

faz mais de três anos que não largo o meu amigo que me faz sorrir mais brilhantemente, não que isso seja algo maravilhoso, mas pronto. e embora até goste muito dele, vou deixá-lo, todo de uma só vez. e vou deixar para trás coisas más que ele viu, posso dizer que ele esteve sempre lá, quando ri, quando chorei. nunca foi algo que eu precisasse mesmo de ter comigo, mas esteve sempre. e também me fez chorar muito, comer pouco e correr muito para o espelho, ou então recorrer à maria. sei que és estúpido falar dele assim, às vezes é parvo eu gostar tanto dele e por vezes odiá-lo tanto. mas existe isto em tudo no mundo, nunca ninguém mantém uma relação fixa com ninguém. ok, eu estava mesmo a falar dele. já teve tanta cor e agora tem as últimas: dois azuis e um roxo. são a representação de sonhos, que quero realizar (:

não sei se vou ter saudades, mas gostei muito de te ter comigo, agora são as despedidas... só sei que ele marcou um dos dias mais importantes da minha vida, o dia em que eu conheci uma das pessoas que mais me fez sorrir até hoje, que eu amo por cima de todas as coisas e que quero ver sempre feliz. :D

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

é pecado

O Ribeiro lembrou-se de mim para responder ao desafio sobre os sete pecados mortais.
Consta que se tem de:
1. revelar a nossa relação com os pecados capitais...
2. nomear outros 8 blogues para responder aos desafios, porém não vou nomear ninguém, convido todos :P

Gula: Adoro chocolates, limão e bacalhau. Os dois primeiros fazem mal, o terceiro está em extinção :/;
Avareza: As vezes compro uma coisa ou outra extremamente desnecessária, mas não me considero "adepta" desse pecado;
Inveja: quem não tem? mas eu tenho uma inveja boa e saudável, e é mais um elogio ao que os outros têm de bom;
Ira: Tem dias, a depender do espírito;
Soberba: também tem dias;
Preguiça:RAINHA por vezes, ABOMINADORA por outras;
Luxuria: "luxúria, nascida dentre a paixão, que se transforma em ira quando insatisfeita. " por isso não faz parte da minha lista de defeitos, assim tão acentuadamente, às vezes não sei.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

um beijinho pode salvar um dia

(depois das compras)

N - que é que trouxeste para mim?
I - um beijinho, gostas?
N - é teu? adoro.


um dia salvo *

é urgente...

"É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.
É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,muitas espadas.
É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.
Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer."

Eugénio de Andrade

é urgente e ninguém percebe, é urgente mas mesmo assim ninguém faz nada.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

um vazio que se (pre)enche

"Com pequenas variantes, era um dia como todos os outros, até que bateste levemente na porta e inundaste a minha sala com a água clara dos teus olhos e salvaste a minha vida com um filtro mágico do teu sorriso e acendeste o mundo com o outro da tua trança semidesfeita e disseste, venho saber no que posso ajudá-lo, o meu nome é Inês."

há dias vazios em que a luz de uma pessoa completa toda aquela falta de alegria e entusiasmo que temos perante a realidade. vemos e pensamos que "viver está difícil" mas isso é porque nos concentramos de mais no que está para a frente e nem sequer olhamos para os lados, ignorando milhares de caminhos diferentes porque queremos ser fiéis ao caminho que escolhemos e, assim, esconder a vergonha de assumir um erro. o que te quero pedir é que aceites que todos os mundos têm um estrela e que todos os momentos difíceis têm uma parte positiva, também. tudo isto porque a vida tem milhares de caminhos, embora a meta seja a mesma. acabamos sempre por chegar todos ao mesmo sitio, pois somos todos iguais no inicio e no fim, o que muda é o que vimos e vivemos até lá.

"Enquanto as pessoas se agarram a hobbies, projectos, sonhos, amores, eu deparo que essas coisas não me conseguem preencher o espírito criando nostalgia, e indo vivendo o dia a dia, apenas." - obrigada pelo momento telepático, Jorge, e obrigada por partilhares a tua inteligência.

bom dia!

Chove intensamente, o barulho dos carros confunde-se com o da chuva e sinto a nostalgia das pessoas perante mais um dia de chuva, perante mais umas gotas que lhes vão molhando a roupa e prevendo uma constipação. Aconchego-me na cama e deixo de sentir o mundo lá fora, puxo o cobertor até me tapar o nariz e penso "é tão bom estar aqui". Aqui esqueço os medos e o que se vai passando, consigo esconder que sou uma pessoa bem mais frágil do que aquilo que passo todos os dias e aqui, ou ali, vou explodindo calmamente, sozinha para não magoar ninguém. Secretamente penso em todos aqueles podem estar a ter um dia difícil e sinto o privilégio. Acordo, definitivamente, com o "bom dia" de alguém! :)
Tu surgiste de repente na minha vida. Tudo o que de inesperado teve, transformou-se rapidamente em calma. E assim, soubeste acalmar o que me preocupava, muito antes de saberes bem o que era.

sábado, 17 de janeiro de 2009

Truques Semânticos

Todos os dias nos tentam corromper através de truques semânticos. Ou seja, através de palavras bonitas, harmoniosas e ordenadas somos convidados a entrar num mundo corrupto. Esta é apenas uma forma subtil de mostrar um mundo sem subtilezas e sem beleza. Todos os dias temos preocupações decoradas com os benefícios do seu fim, da sua resolução. E somos assim iludidos com a ideia que só temos de fazer algo se isso nos trouxer benefícios, sejam de que ordem for. E esquecemos o resto à nossa volta. Confundimos amigos com colegas competitivos, que mais tarde ou mais cedo nos tentaram excluir do seu caminho; achamos que a vida é bela em determinados locais, onde só perdemos um pouco de nós, onde perdemos um pouco do que somos.
Passa o tempo e a nossa vida torna-se num instrumento, que todos pegam, para o qual todos fazem suposições e para o qual também todos traçam um destino e uma meta. Como qualquer objecto, quando cumpre o seu objectivo é destruído ou dado como inútil. E somos assim colocados no armário, até podemos fazer as pessoas sorrir, quando pensarem no passado, mas nada mais seremos que um objecto decorativo.
E tudo isto começou com palavras, genuinamente colocadas em frases que aparentemente eram felizes.
Pois é! As palavras são assim - conclusivas. Podem ferir ou podem alegrar, depende de quem as enuncia, de quem lhes dá vida. Podem marcar uma vida, quer pelo lado bom quer pelo mau.
"A vida corria diante de nós, sem cores nem harmonia. O passo era o muro que calava a voz, a verdade nada valia. Quantos momentos perdemos então - o medo da vida, o sonho era em vão."

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Para momentos de crise.

Há uns tempos escrevi para o blogue um texto com o nome "momentos de crise", que transcevo agora também:

"O pior da tua vida é quando descobres que quem escrevia a tua história se demitiu e está a trabalhar noutra editora. Assim, passas a ter responsabilidade pela tua própria vida e suas consequências. Cresces de repente e és obrigado a saber gerir uma empresa multinacional, que é apenas a tua vida. Não importa quantos trabalhadores nela tu empregas, pois quem a tem de gerir és tu e quem dá a cara em momentos de crise és, invariavelmente, tu..."

Ontem achei a solução para estes momentos de crise. Achei-a num pequeno poema que já conhecia, um poema que tantas vezes a minha irmã me diz para que eu deixe de ignorar que "que há leitos onde o frio não se demora e noites rumorosas de águas matinais". Esse é o poema que copiei para as linhas abaixo, é neste poema que sei que vou buscar forçar, para ser grande, para ser inteira, sem a preocupação de por isto ou aquilo de parte, ou porque não gostam, ou porque tenho medo....

Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa.
Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive;

Sem muitas palavras, já que tudo está dito nos versos acima...

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Levanta-te, eu estou do teu lado.

"Passamos pelas coisas sem as ver,
gastos, como animais envelhecidos:
se alguém chama por nós não respondemos,
se alguém nos pede amor não estremecemos,
como frutos de sombra sem sabor,
vamos caindo ao chão, apodrecidos."
Para um amigo,
a vida só é assim se deixarmos, se baixarmos os braços perante o que é mais difícil, se voltarmos para trás quando não gostamos do que vemos ao fundo, se tivermos medo de correr riscos e perigos com o fundamento de crescer, de evoluir.
Ser pessoa é assim, nem sempre tudo é bom, nem sempre estamos cheios de vida e somos alguém muito jovem, não estamos sempre atentos ao mundo em redor e não somos sempre alguém que está sempre atento quando é chamado e que estremece perante os sentimentos. Mas, sabes, o que importa não é não cair, é caíres e saberes como te podes levantar, saber como curas as feridas e como as podes esquecer. Importante é estar vivo, porque se vivemos temos todo um leque de hipóteses, caminhos, soluções e etc à nossa frente, se caímos e apodrecemos, a vida nada mais terá para nós.
- Levanta-te, eu estou do teu lado!

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Rosas... não chegam

Meu Rodolfo (L)

“Hoje roubei todas as rosas dos jardins

e cheguei ao pé de ti de mãos vazias.”


Sim! Há dias vazios. Há dias em que nem o tudo chega. Não, não há dias. Há pessoas, há pessoas para as quais todas as rosas não chegam, pessoas que merecem o nosso melhor, não merecem as rosas, que murcham, que morrem, que se esquecem. Merecem um beijinho, um abracinho, uma palavra que não se esquece, que não se apaga, que não desaparece, que se repete na nossa alma, no nosso coração. Embora platónico e sem muita força aparente, este é o meu abraço para ti, é o meu beijinho na face rosada que se contorce quando ris, quando me enches de vida, quando me enches de alegria. No abraço que te dou aqui, aperto todas as tuas tristezas, desde as pequenas às grandes e elevo-as ao expoente da luz, onde alguém superior a nós as iluminará. Não importa o tom da luz, é preciso é que brilhe, que encha, que alegre, que complete. Entrego-te as minhas mãos vazias, despidas de dor, de mágoa e de frio. São tuas! Estão ao teu serviço. São tuas. Não porque hoje estavas tristinha e eu não sabia como te apoiar, mas porque me inundas de vida e hoje faltou-te um pouco.

há dias assim...

há dias em que tudo nos irrita, em que tudo tende em correr mal e em que nada sai bem feito. e damos voltas e voltas ao que já fizemos e pioramos tudo. esquecemos que há dias em que devíamos por os cadernos, os livros, as canetas, os lápis e o computador de lado e esquecer tanta responsabilidade, menos uma - a de saber que para que tudo corra bem, às vezes, é preciso abrandar um pouco, ter calma.
hoje é um dia assim, a chuva avisou-me de que eu nem deveria ter saído de casa e a quantidade de lenços que eu gastei vieram provar essa suspeita matinal. as páginas que esta tarde já surgiram bloqueadas, com erros e "impossível realizar o pedido" só vêm acentuar tudo o que já eu adivinhei nas linhas anteriores..
aiai!

domingo, 11 de janeiro de 2009

Hoje senti...


Hoje senti as folhas a caírem-me aos pés, o cabelo a voar e a lutar com as folhas, senti o barulho irritante mas que, ao mesmo tempo, me fez sentir viva, das folhas as estalarem, a cederem, a quebrarem. Neste ambiente intempestivo, tão propicio a confusões, a turbilhões de ideias e a duvidas, eu fiquei mais esclarecida sobre aquilo que ia ser daí a algum tempo, daí a muitos anos. Senti que o vento soprava forte na minha cara pedindo que fosse rápida na minha acção, para depois me demorar na eternidade, para depois procurar o fim. Hoje das poucas coisas que me fascinam é o amanhã, em que amanhã já será outro amanhã. Hoje senti a felicidade lado a lado com a simplicade, meti os meus medos e as minhas indiferenças por baixo de uma folha e pisei-a, olhei bem o que sobrou deles e ri-me, já que é a rir que as pessoas esquecem o que é mau, esquecem o passado. Vejo agora todas as folhas a arder, o ruído silencioso deste meu dia a findar, a alegria triste das conclusões que tirei, do futuro que tracei. Dou mais um passo a medo, na certeza de estar feliz. E o resto não importa, o resto é irrelevante.
adoro o Outono !

amigos

Não há nada melhor que os amigos, definitivamente. Mesmo que digam que para curar tristezas o melhor é comer chocolates e fechar o mundo às pessoas.
E eu tenho os melhores amigos do mundo, que me ajudam sempre a superar tudo.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

humano

Muitas pessoas perdem ou gastam, conforme o espírito, muito do seu tempo a ensinar coisas, a dizer o que é correcto e a fazer o que está bem. Com o tempo vamos aprendendo a viver longe daqueles que gostamos, a não os abraçar, a não os ver e a não a sentir o seu sangue a correr ali tão perto, ali, mesmo ao nosso lado. Aprendemos a compreender as guerras e aceitá-las como coisas naturais, vemos o mundo a ser magoado, pessoas a serem mal tratadas e ficamos estáticos, apáticos e, pior que tudo, nem perdemos um segundo a pensar nisso. E vivemos num mundo com o qual não nos identificamos mas deixamos andar. Porém, sabemos fazer tabuadas, raízes quadradas, identificar células e, embora um pouco a custo, ainda fazemos uma rima, ainda escrevemos duas linhas em inglês e fazemos um pequeno raciocínio filosófico, se a memória não nos falhar ainda sabemos algumas datas de acontecimentos importantes e ainda identificamos as serras e as cidades. Se nos tirarem isto tiram-nos tudo, porque não sabemos mais nada. Não sabemos a dor de viver sem poder ter isto e criticamos o que temos tanta vez. Não sabemos o que é trabalhar e ser explorado, ser gozado, ser humilhado e perder a própria dignidade, não porque se quer mas porque é imposto. Não sabemos o que é pagar uma divida com a alma, não sabemos o que é sofrer de verdade e confundimos isso com a tristeza de não ter aquele jogo, aquele cd, aquela camisola, aquele perfume que todos têm, por não estarmos na moda. Se entramos na moda, somos todos iguais, vamos todos para o mesmo lado, quando um cai, os outros, irreversivelmente, caem todos e o mundo tem de aprender a viver de novo.
Uma estrela, um sorriso, um olhar, um abraço, um beijinho… estarão na moda hoje em dia? Não, então não prestam, não servem, ninguém os quer…
Na condição de humanos, na qual nos colocaram sem que fosse preenchido qualquer impresso, qualquer autorização ou qualquer anexo, esquecemos o mais importante, não sabemos tanta coisa!!
Só o que sonhamos é o que verdadeiramente somos, porque o mais, por estar realizado, pertence ao mundo e a toda a gente. (Bernardo Soares)

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Por hoje

Hoje vou esquecer o mundo em que vivemos. Hoje, peço ao mundo, que nos controla e que nos comanda, que seja só hoje, vou tentar, muito para além daquilo que julgo ser o meu máximo, deixar para trás os maus sentimentos e amar, deixar de fora aquilo que nos magoa, que nos torna piores pessoas, que nos afasta e que nos mata. Hoje, mesmo que sozinha, irei mais longe do que antes e sei que vou conhecer lugares que não pensava existirem. Vou, também, aproximar-me das coisas pela sua substância, pela sua essência, e não pela aparência.
Há maus dias, há dias tristes, dias em que os meus olhos olham o chão com medo, dias em que o céu fica tão longe, esquecendo que, nem que seja um milímetro acima de mim, já há céu. E por isso, para mim, hoje, o céu não será o limite. Aliás, não há limites. O homem já se mostrou muitas vezes capaz de superar os limites, quer a fazer o bem quer a fazer o mal, o que é benéfico embora ao mesmo tempo seja prejudicial. Porém esta é a minha visão do mundo. O grande problema é que, nem por hoje, nem por um dia, sabemos identificar, consensualmente, o que é correcto ou não. Falhando assim como civilização, como humanos, como pessoas.
"Basta elevarmo-nos acima das teorias e dos sistemas, bastante alto para ligá-las [as condições] em seu conjunto e pelo que têm de comum. Basta elevarmo-nos até à grande Causa, na qual tudo se resume e tudo se explica." (Leon Denis). Por isso, por hoje vou ficar no sitio a que pertenço, vou ser o que sou, o que tenho no coração e não o que tentam impingir constantemente, aqui, ali, no outro lado ou a meio do caminho. Por hoje desejo apenas a felicidade global, estendida e conjugada, sem prejuízos, sem consequências, sem preços a pagar, sem "sim mas...", sem medos, sem receios, sem vergonha, apenas com um sorriso. Hoje...

minha linda :)

às vezes tens pouco cérebro, às vezes és parva, às vezes eu fico chateada e vou-me embora, às vezes eu só tenho vontade de te bater. isto tudo, às vezes. nas outras vezes eu amo-te, eu quero-te bem, eu fico à tua espera só para te ouvir dizer "sim, correu tudo bem", só para te olhar nos olhos e ver que estás bem, só para deixar bem claro que és parva mas que a tua "parvice" me enche o coração, me faz sentir melhor, me faz amar-te. sei que posso contar contigo para tudo e que te terei sempre ao meu lado, o mesmo podes ter a certeza em relação a mim. eu aprendi a amar-te como tu és, com os teus defeitos e com as tuas qualidades, que aumentam todos os dias. o que sinto por ti é sincero. esta é a minha resposta àquele post. sim, estávamos sentadas na rua do relógio, o chão estava frio e a Páscoa tinha sido há pouco tempo. tu choravas e eu não sabia como deixar-te bem e nem queria repetir as mesmas palavras de sempre. tu tinhas a ponta do nariz vermelha, cheia de ranho e mesmo assim eu deixei que te encostasses a mim, que me babasses toda. porque eu amo-te, porque o meu coração adivinha e já sabia que ao meu lado estava uma das poucas pessoas no mundo que me entende por um olhar, por uma palavra, por um sorriso, que me compreende pela música que gosto de ouvir, pelos livros que quero ler, pelos sítios que quero visitar e pelos sonhos que quero seguir. porque tu estás do meu lado seja em que situação for, tu quebras as barreiras que, por vezes, nos tentam separar e és única, à tua medida. sei lá, és tanto para mim! não mudes, não deixes de ser aquela parva que sempre aquece as minhas manhãs de inverno, que arrefece aquele calor mortal no verão e da qual eu tenho saudades quando vais para longe. é por ti tanta coisa que sou hoje. (L)

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Mãos

Só as tuas mãos trazem os frutos.
Só elas despem a mágoa
destes olhos, e dos choupos,
carregados de sombra e rasos de água.
Só elas são
estrelas penduradas nos meus dedos.
– Ó mãos da minha alma,
flores abertas aos meus segredos.
Adoro mãos, adoro Eugénio de Andrade e adoro este poema! Adoro sentir coisas simples, bonitas e sinceras. Mergulhar nas palavras, acreditar que são eternas e que não me sairão dos sentidos. Ter a certeza de que são puras e de que embalam o meu coração, agarram-lhe a mão e mostram-lhe o que de melhor o mundo tem. Fora do papel, já nada é assim tão simples, já nada se concretiza plenamente. Porém, se no papel é assim, nele quero ficar, sentir a sua textura através de uma caneta, passar a minha mão por ele e sentir a sua calma, a sua paz. Explicar-lhe coisas simples, coisas bonitas. Mostrar-lhe o mundo, mostrar-lhe o meu coração, mostrar-lhe o que amo. Ensinar-lhe os caminhos bonitos que nos levam a lugares encantadores, dizer-lhe o que me faz feliz e o que me faz ser uma pessoa mais vulnerável. Ser o mundo dele, num mundo que é seu. Se o mundo for bem explicadinho cabe numa palma da mão (:

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Parabéns

António,
Pensei em imprimir e dar esta carta na mão, só que, afinal, hoje em dia é tudo electrónico e como já tens 19 anos já és muito para a frente. E, também para ser diferente do costume. Bem, hoje é um dia especial, não quer dizer que só goste de ti hoje, eu gosto sempre, mas, como já referi, hoje é mesmo um dia especial, para ti, para a tua família, para mim e para todos os teus amigos. Nunca te esqueças que a maior alegria, num dia de aniversário, é para quem faz mais um ano, porque encerra uma etapa e inicia outra, embora seja apenas mais um dia do que no dia anterior. E também um dia alegre para as outras pessoas, embora seja diferente para quem faz anos. São novos sonhos que se acrescentam, novos desejos, novas metas, novos fins. Lembra-te sempre que não sabes quando será o teu último dia assim, por isso tens que saber aproveitar cada dia que passas. Por mais que a personalidade de cada um não se desenvolva lado a lado com o número de velas que se vai soprando, é neste dia que sopras mais umas, é neste dia em que a idade te traz mais responsabilidades, as pessoas passam a esperar mais de ti, mais do que quando tinhas 18 anos e 300 e tal dias, porque é a diferença de dias mas acaba por ser de um ano, é neste dia que as pessoas te cumprimentam e te desejam o que de melhor há no mundo, e algumas esquecem-te à medida que vais completando mais dias. Porém, esquecendo estas pessoas, eu estou aqui, do teu lado. Quer queiras comemorar algo, quer queiras deprimir acerca de qualquer coisa. Estarei ao teu lado até quando quiseres dormir no Património. Estarei sempre aqui!! Sabes, desde que te conheço tens trazido muita coisa à minha vida, muita alegria e muita amizade e isso faz todos os dias com que eu desenvolva a minha personalidade que deixe para trás os meus dezassete anos. Portanto, a importância de teres 19 anos é que hoje se assinala a data especial em que o mundo recebeu uma pessoa como tu. Não é que o mundo em que vivemos mereça muitas pessoas assim, mas se estás cá é para mudar alguma coisa e eu acredito nisso e tu nunca deixes de acreditar. Espero que vivas hoje um dia feliz e que vás aumentando essa felicidade todos os dias.

Beijinho no teu coração e parabéns pela excelente pessoa que és.

domingo, 4 de janeiro de 2009

Eu sei mas não devia

Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia. A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos e a não ter outra vista que não seja as janelas ao redor. E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E porque não olha para fora logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E porque não abre as cortinas logo se acostuma acender mais cedo a luz. E a medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão. A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar café correndo porque está atrasado. A ler jornal no ônibus porque não pode perder tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá pra almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia. A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja número para os mortos. E aceitando os números aceita não acreditar nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração. A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto. A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. A lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer filas para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagará mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas que se cobra. A gente se acostuma a andar na rua e a ver cartazes. A abrir as revistas e a ver anúncios. A ligar a televisão e a ver comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos. A gente se acostuma à poluição. As salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. A luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. A contaminação da água do mar. A lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir o passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta. A gente se acostuma a coisas demais para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai se afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada a gente só molha os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado. A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se da faca e da baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida que aos poucos se gasta e, que gasta, de tanto acostumar, se perde de si mesma.
Marina Colasanti

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

I'll be missing you.

Every step I take,
Every move I make,
Every single day,
Every time I pray
Ill be missing you.
Thinkin of the day,
When you went away
What a life to take,
What a bond to break...
I'll be missing you!

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Can you read my mind?

Às vezes, é difícil ler a minha mente, saber o que penso, o que quero, o que vou fazer. Eu nunca fui de esperar coisas que eu sabia que não eram imediatas. Eu nunca pensei em coisas que estavam dadas como impossíveis, à partida. Posso, porém, imaginar coisas, uma vida diferente, sem ser aqui, sem ser com as mesmas pessoas, sem ser tudo igual. Noutro plano, noutra pele, no mesmo sonho mas longe daqui. O que levo, o que deixo, o que vou trazer - não sei! Quando vou, quando volto, quanto tempo fico, é uma resposta do próprio tempo. Eu acredito em coisas eternas - como os sonhos, o amor, a amizade, o carinho! Acredito que no mundo em que entro através da minha imaginação as palavras são escusadas, não existe ódio nem tristeza. E tudo o que vivo nesse mundo, trago para este, vivo neste e é neste que penso nisso. E, racionalmente, sei que a vida não se resume a um conjunto de acções dispersas, ao que se vive segundo um plano, ao que se quer sem desejar.

Dois mil e nove

I'm in no hurry, you go run and tell your friends I'm losing touch. Fill their heads with rumours of impending doom, it must be true.
Um bom dois mil e nove para vocês. Este vai ser o meu ano. Este vai ser o nosso o ano. Renovo vários desejos que murmurei ontem e que partilhei com uma ou duas pessoas. Espero ansiosamente que eles se realizem, não são sonhos são vontades, são desejos e quero muito que se realizem. Só posso esperar pelo fim de 2009 para fazer uma revisão do ano!