Acerca de mim

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"Com pequenas variantes, era um dia como todos os outros, até que bateste levemente na porta e inundaste a minha sala com a água clara dos teus olhos e salvaste a minha vida com um filtro mágico do teu sorriso e acendeste o mundo com o outro da tua trança semidesfeita e disseste, venho saber no que posso ajudá-lo, o meu nome é Inês."

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

como pode ser?

"Levar-te à boca, beber a água mais funda do teu ser - se a luz é tanta, como se pode morrer?"

Sim, como se pode morrer? Como, quando não é o queremos?
Aprendemos a pisar caminhos difíceis, a andar em cima de cordas que tremem e a passar por sítios que não nos aumentam. Ainda dizem que tudo o que não nos mata, torna-nos mais fortes, e no fim ainda ficamos mais fracos.
Não estremecemos quando o mundo todo abana, ficamos como se fossemos o ponto mais poderoso da terra, mas caímos como os outros e escorregamos como toda a gente. Ainda nos chamam e nós nem sequer ouvimos. Às vezes vamos dar a sítios que nos perturbam, lá a nossa vida "dá voltas e voltas na volta redonda de um beijo profundo" e, então, somos tão sentimentais como as crianças que choram, que sorriem e que conhecem o mundo. Tudo porque quando crescemos não aprendemos mais nada, apenas aprendemos a esquecer o que sabemos, para que não possamos causar problemas, dúvidas, para que ninguém coloque questões, para que tudo seja como é - linear e imutável.
Morrer é só a maneira de se sair deste mundo tão fechado, é conseguir sair de um circulo tão apertado que corta a respiração, é aprender a voar, é transcender a própria vida e cumprir a plenitude. É deixar de se tar ofuscado por tanta luz, estar-se consumido pelo medo, pela falta de coragem. Talvez quando formos pessoas mais coerentes possamos entender isto melhor...

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Só por hoje!

Hoje aprendi uma coisa importante sobre a vida. Melhor, foi me explicada uma coisa importante sobre a vida vista de uma outra perspectiva. Todos, ou alguns de nós, como eu, temos tendência em colocarmo-nos do lado oposto àqueles que tomam atitudes, através das quais prejudicam as suas vidas. E ignoramos causas, razões e explicações. Tudo porque quem critica, nós, somos superiores aos vícios, às tentações, ao que prejudica, ao que não preenche espiritualmente. Mas, nós, esquecemo-nos de uma coisa importante, não somos assim tão fortes, somos frágeis e vulneráveis como qualquer outra pessoa. Estamos, portanto, sujeitos aos problemas que as pessoas que criticamos sofrem. Tudo porque estamos sempre agarrados ao passado, vivemos colados ao que fizemos para projectarmos tudo sem erros para o amanhã. E amanhã há sempre outro amanhã, e o hoje amanhã já é ontem. E por isso não vivemos, saltamos apenas e não temos sentimentos. Porque ignoramos o presente, o agora, é isto que nos resta, é o que nos sobra. Vivemos sempre mais do que podemos, ou menos, e depois caímos. Hoje aprendi muito sobre a verdadeira importância de viver “Só por hoje!”, tudo o que é meu é de agora. Só saberei viver amanhã se aproveitar o hoje.
Hoje descobri coisas para poder aplicar no meu amanhã, descobri como é que se ignoram palavras como cura, planos a longo prazo sem dor, sem medo. Hoje soube qual é mesmo a importânica da coragem, da força de vontade, da auto-estima, da alegria de viver, no amor próprio. Deixei de ver coitados, de manipular penas.
Hoje percebi que as pessoas que são diferentes de mim não são piores, são é pessoas mais fortes porque são colocadas à prova. Às vezes algumas desistem, outras vencem. É nessas pessoas que quero por os olhos e saber “Abraçar a vida”! São elas que abram caminhos e descobrem o desconhecido, são elas que desbravam grandes barreiras, enquanto nós, pessoas normais, olhamos e temos tendência para apontar o dedo.
Este dia fez me lembrar umas frases de uma música dos Gogol Bordello, Tribal Connection:
"No can do this! No can do that! What da hell can you do, my friend? In this place that you call your town... "

domingo, 22 de fevereiro de 2009

presente

abrias a porta com um sorriso sem igual. convidavas-me a entrar mas eras tu quem entrava no meu coração, com a alegria das coisas simples, tão boas. eu sentia que esse sorriso vinha de séculos muito anteriores a esse momento. eu entrava então. havia luz, cor e movimento. o mundo concentrado ali fazia com que houvesse harmonia perfeita. e eu rodava na mesma roda, vezes sem conta. e tu rodavas comigo. já não sabíamos fazer nada separadas, tu estavas sempre comigo, mesmo que só pela força do coração. e foi assim que aprendemos a ver alegria nas coisas mais tristes, cor naquilo que ainda nem tinha sido colorido. e se era ilusão, se era ingenuidade isso não importava, pois tudo o que vivia contigo era puro. e tudo ia, tudo voltava, eu sorria, era feliz e vivia bem.
e agora que acabo de escrever isto, sinto que deveria mudar os verbos todos, e conjugá-los no presente, direccionado para o infinito.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

(não sei se) foi para ti

" Nem todas as coisas se definem do mesmo modo . "
Dentro de todas aquelas coisas que me definem, eu quero escolher uma para melhor o fazer. Os amigos são magnificos, a minha família é linda, o que vivo enche-me e tudo o que vejo completa o que as vezes não sei dizer. Julgo que toda a gene me pode conhecer, até porque não sou uma pessoa assim tão complicada. Mas às vezes tenho dias dificeis, de dúvidas, de incertezas, de caminhos incessantes que me levam ao mesmissimo sitio de onde saí, que não me trazaem certezas.
"Quero desvendar a parte triste que há em ti, deixa-me existir no espaço novo que acordaste em mim. Não vês que é de nós o jardim que se fez? ... Este frio faz voltar o que tens e que é meu."
Quando nem tudo se define do mesmo modo, significa que existem mundos diferentes e o que me faz ter força é poder descobrir esses mundos. Quero desvendar o que há de triste em ti porque , como nem tudo se define do mesmo modo, nem para todos uma coisa é triste. Não sei se este frio faz voltar o que tens que é meu, talvez eu queira mesmo que o que te dei seja mesmo para ti.
"É noite de mais para ti, há tempo demais para mim, se as flores não mudam de cor, em terra que é feita nós."
Não somos assim tão fortes para escolher quando é de noite e que tempo há. Não somos capazes sequer de mudar as cores das flores que nasceram na nossa terra. E é por isso que tenho estado um bocadinho longe, porque eu prometi que as ia mudar de cor, torná-las alegres. E aqui estou - com cores diferentes, numa terra nova, embora que à parte da Terra. Não se foi realmente para ti, no fundo acho que foi para mim... Hoje deixo de parte coisas importantes mas que me consomem muito o tempo e me deixam cansada, mesmo que por vezes também orgulhosa. Tenho trabalhado em sonhos diferentes e tenho tentado dar-lhes forma. Hoje estou disposta a tentar definir muitas coisas de outros modos :) *

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Namorado

isto não é para o meu namorado, ainda não crio pessoas imaginárias, é sim para agradecer a uma pessoa, ou a várias pessoas que fazem com que este dia tenha algum significado para mim. mesmo sem namorado, porque para mim, seria correcto dizer o dia do amor ou da paixão e assim todos poderíamos festejá-lo em pleno.


Feliz dia dos namorados :D *

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

o prometido é devido

temos dias em vão. dias que se perdem, que se escondem e que são escuros. são frios, são pequenos, mas demoram tanto a passar. trazem medo. há dias, para algumas pessoas que são jogos, dão-se cartas e no fim a mesa é limpa. são esquecidos os esforços do caminho, os sorrisos. não aquecem nem protegem, mesmo quando se precisa tanto. e tu chegaste com a promessa de que a minha vida ia mudar, de que não ias apagar estes dias maus, mas sim que lhe ias dar cor. e eu acreditei tanto em ti, porque tu sabias fingir até a luz do teu olhar. e para mim o mundo estava cheio de caminhos bonitos, de sorrisos escondidos e tímidos, de palavras ditas à luz do mundo, na inocência do que se é, sem se saber bem. juraste que tudo ia ser diferente. juraste que o sol ia brilhar em todos os recantos do meu mundo e iria aqueces todos os lugares, mesmo os que estivessem mais no meio de nada. tu acordavas no meu sorriso de manhã e eu sabia que estavas ali, que te pegava na mão e que mesmo nessa manhã eu iria conhecer outro lugar do mundo. tu prometias e eu acreditava. eu escrevia a nossa história, num livro de alegria, apaguei tantos medos e incertezas... e tu prometias que ia ser sempre assim. "dessa vez tu não cumpriste e faltaste ao prometido, eu fiquei sentida e triste... olha que isso não se faz."

Música: O Prometido é Devido - Rui Veloso

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

embora doa

É a duvida que resta que me leva a pergunta: Qual papel será o meu? O de quem nada faz? Embora doa, nada fiz para mudar. Embora doa, nada vai mudar. E revemos nas imagens que não passa de um esboço… Escolhem os senhores da guerra os motivos a seu gosto. Embora doa, nada fiz para mudar. Embora doa, nada vai mudar. Porque nada surpreende. Já vivemos com o medo. Quem nos chama a razão? Ao som de armas adormeço… Embora doa, não me faz perder o sono. Embora doa… Escorre sangue pelo ombro em directo na tv, explode a carne em mãos de quem nada fez. Embora doa, não me sujo desse sangue. Embora doa, sempre outro canal. Embora doa… É a duvida que resta que me leva a perguntar…
( Embora Doa - Klepth )
A minha dúvida é se tenho um papel, se faço alguma coisa, se algum dia vou fazer alguma coisa para mudar, se vou deixar de fazer parte das pessoas que fazem o esboço, se algum dia vou ser daqueles que escolhe os motivos da guerra, se algum dia algo mais me vai surpreender pela positiva, se algum dia vou deixar de viver com o medo, se vou deixar de adormecer ao som das armas, se no meu ombro não vai escorrer sangue, se não vai explodir carne nas minhas mãos, se nunca me sujarei com esse sangue, se haverá sempre outro canal.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Outono

"Hoje, só por ser Outono, vou chamar-te "meu amor". Contra as regras do que somos, vou chamar-te "meu amor". Hoje só por ser diferente te encontrar... É tanto o fado contra nós mas nem por isso estamos sós .E embora fique tanto por contar - hoje, só por ser Outono, vou... Entre dentes, entre a fuga, vou chamar-te "meu amor". Enquanto não se encontra forma, vou chamar-te "meu amor". Entre gente que é demais e tão pequena para saber que é tanto vento a favor mas tão pouco o espaço para a dor. Só pode ficar tudo por contar... Hoje, só por ser Outono, vou... E há flores e há cores e há folhas no chão que podem não voltar... podes não voltar. Mas é eterno em nós e não vai sair... Desce o tempo e a noite vem lembrar que as tuas mãos também já não são de nós para ficar, por ser tanto quanto somos, certo quando vemos, calmo quando queremos. Hoje, só por ser Outono, vou..."
Hoje é Outono, meu amor. Já gastámos as horas das outras Estações com a intensidade que as vivemos. E com isso apagámos a vida do que nos faltou viver. Não é que me importe. Eu até gosto do Outono, da alegre melancolia que consome os meus dias, sempre com suavidade. Vamos ter calma. Vamos dar as mãos e vamos saltar por cima destas folhas, sem pensar nos vários significados que o mundo lhes dá. Vamos aos dias gastos e fazer com que a tristeza se esgote por entre chuviscos e folhas caídas. Ah folhas caídas sobre ti, meu amor. Tanta lágrima que caiu e chocou nesse chão com um tapete de folhas, de cores quentes, que me arrefecem, que escondem o que há no chão. Não há medo, não há ilusão, neste Outono tão breve, que em cima da hora nos chega. As tuas mãos, os teus olhos, o teu sentir e a tua alegria. Tanto que anseio por vê-los nos próximos Outonos. Nestes dias corridos a nada, cheios de tudo, que preenchem o vazio e esvaziam o que está cheio de tanto que ninguém vê. Queria que o nosso amor de Outono te comovesse em todas as outras estações, que não enchem, as flores abrem e morrem, ficam os frutos que se comem. E desaparecem para sempre. Vem o calor que torra, que mata, que esgota. Depois vem o frio que gela, que consome. Mas estas folhas, meu amor, jamais as esqueceremos, mesmo que mortas, mesmo que pisadas e desfeitas.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

:)

Hoje queria dizer-te que tudo o que passou além da dor é bonito, é bom, dá-me calma. Hoje queria que soubesses que longe, ou perto, ausente ou mais presente, eu sou o que sempre fui. Não somos muito mais do que aquilo que nos define, o resto vamos arranjado para nos escondermos do mundo, para disfarçarmos o que não somos e para nos adaptarmos melhor às pessoas, aos sítios, às circunstâncias.
Hoje muitas coisas irromperam e tornaram-se reais, para que eu pudesse abraçá-las e torná-as reais.
...e a palavra "hoje" é apenas a palavra que escolhi para substituir a palavra "sempre".


(sem net) *