Acerca de mim

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"Com pequenas variantes, era um dia como todos os outros, até que bateste levemente na porta e inundaste a minha sala com a água clara dos teus olhos e salvaste a minha vida com um filtro mágico do teu sorriso e acendeste o mundo com o outro da tua trança semidesfeita e disseste, venho saber no que posso ajudá-lo, o meu nome é Inês."

sábado, 14 de agosto de 2010

abraço

Hoje faço-te companhia, deste lado do caminho. Espero por ti se demorares. Não te preocupes com o tempo que demoras.
É bom esperar por algo que gostamos e por isso eu fico aqui até que chegues.
É tudo tão novo quando apareces, mesmo que vás logo embora. Aqueles segundos em que me olhas com carinho e esperas que me levante para te abraçar sabem tão bem, são tão bons.
E tu abraças-me tão bem, tão apertadinho e acolhedor esse abraço.
Sinto-me em casa, ainda que na rua.
E fazes-me bem...

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

sonho

Hoje vim para ficar sentada a ver-te passar. Às vezes eu preciso de sentir que estou na minha pequena bolha de ar e deito-me nela, fico a olhar, simplesmente.
Não sei bem o que vejo.
Não sei, também, se neste bolha eu sou invisível mas passei por ti e tu nem sentiste a minha presença... e não há mal nenhum nisso! Não há mal nenhum nisso porque agora os meus cabelos passam por ti e já não é neles que queres passar as mãos.
Se antes eu passava mil vezes só para que me visses, só para te ver, agora sou eu quem corre para que não me vejas, se é que ainda me vês.
E corro sem saber bem para onde. É tão certo eu correr e não ter para onde ir como foi certo, em tempos, eu ver os teus olhos sorrindo com o meu sorriso lá dentro.
Eu tento mas já não és tu quem vejo. Melhor, quem és tu agora?
Pego numa flor. Aquela que ainda agora ias pisando. É amarela e eu cheiro-a. Imagino que sou essa flor e sento-me, arranco a mim própria cada pétala, devagar sem pressas.
Cai a última pétala no chão, eu acordo e tu não estás. Nunca estiveste.
Só no sonho...

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

nitidamente nostálgica

antes, quando ficávamos juntas, falavámos das horas e dos minutos, da hora que mais gostávamos. e hoje aqui estou eu para vos dizer que todas as horas são imperfeitas se não estão. quero mais daquelas fotos e vídeos no telemóvel, quero ouvir de novo o que dizíamos, quero saber de novo tudo o que nos fazia rir.
às vezes sento-me num banco, ainda nos ouço a rir, naquelas tardes de verão, nas manhãs insuportáveis de inverno. sempre as mesmas queixas, sempre os mesmos desejos, de ir para a cama e dormir ao lado de um aquecedor. e bebíamos um café quentinho...
fecho os olhos e sinto de novo as nossas bolachas na boca, ainda vejo as moedas de 50cnt em cima da mesa, consigo, mesmo, rir-me do nojo em que a mesa ficava.
e tenho saudades das discussões, das conversas sérias, das conversas fúteis!
é de noite que ainda me encontro com vocês no café de paredes vermelhas, porque é disso que tenho mais saudades. já lá fui várias vezes sem vocês mas sempre que entro ainda nos vejo lá às quatro, nos lugares habituais, estamos lá a rir, com todas as cadeiras à volta cheias de malas, roupas.
às vezes íamos lá só por um minuto, não interessava, tínhamos de ir.
nunca mais lá voltámos mas nós continuamos lá, como a nossa amizade, será para sempre, senti-la-ei sempre, mesmo que não vos veja, mesmo que não estejam vocês estarão sempre lá e no meu coração.

amo-vos *

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

lovely black bird

If...
If you...
If you could...
If you could only...
If you could only stop...
If you could only stop your...
If you could only stop your heart...
If you could only stop your heart beat...
If you could only stop your heart beat for...
If you could only stop your heart beat for one heart...
If you could only stop your heart beat for one heart beat.
Não tenhas medo. O passarinho terá sempre um lugar para ficar, será sempre feliz e há-de encontrar essa felicidade em vários lugares. Então, tu podes, também, ser esse passarinho. Se uma árvore tiver demasiados passarinhos, há sempre outra árvore no teu caminho, onde certamente estarão os passarinhos que tu gostas. Não precisas de dormir nas pedras. Só precisas de voltar ao lugar onde pertences. Não te esqueças que o mundo pertence a quem sonha, quem voa, quem não desiste.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Bom dia.

O dia ainda mal começara e já tinha ficado cinzento. A preguiça e o sono descoloraram logo um dia solarengo, sim, porque lá fora o sol brilhava. Isso não pode ser tudo. Ainda não saíra do quentinho dos lençóis e já sentia o frio da rua, por mais quente que estivesse. Era preciso puxar o lençol, dar um pulo da cama e mergulhar a cara quente num pouco de água fria. Para lá das paredes há um mundo alheio a tudo isto que se vive em dois lados de um corredor, um mundo que, enquanto estiver entre o quarto e a casa de banho, vou fingir não existir. Respiro um pouco mais fundo para fazer aquele esforço colossal que me colocará de pé.
Perco a coragem mesmo antes de começar a controlar o meu cérebro para isso. Só que é já tão habitual esta sequência, desde que abro os olhos, que quando dou por mim estou com a mão no puxador da porta.
Inspiro novamente.
Acordo, finalmente, e entro nesse mundo tão alheio.
Sorrio.

Bom dia!

domingo, 31 de janeiro de 2010

faz, agora, mais sentido.

Eu precisava tanto de alguma ‘coisa’ assim na minha vida. Quando eu soube que vinhas eu não medi bem as consequências da tua chegada mas, eu juro, é tudo tão melhor agora que te tenho por perto, agora que chegaste. É bom sentir-te no fundo das escadas, é único sentir os teus dedos na minha cara, olhar-te nos olhos e ver em ti um pouco de mim.
Quis tanto que viesses e nem sabia quem eras. Sonhava contigo, sorria a pensar em ti. Sem saber que vinhas, sem te conhecer. Imaginei tanto como serias, o cabelo, os olhos, a cara, as mãos e os pés. Mas tudo isso foi em vão, és muito melhor que nos sonhos, nem te comparo ao que vi em pensamentos.
Sei que quando estou triste ou feliz tu não tens nada a dizer não por não saberes mas porque tu és o que eu preciso nesses momentos. Os abraços que não gostas, os beijinhos que rejeitas… Mas isso é tão bonito, é bonito ver a tua cara marota, o teu sorriso especial.
Eu torno-me de novo criança. Tu levas-me pela mão ao teu mundo, ao mundo das maravilhas. Seria uma tragédia se eu te dissesse que o mundo nem sempre é assim. Parece que adivinhas que eu penso isto e então puxas o meu cabelo, como quem pede para parar de ser tonta. E a vida é bem melhor assim quando temos alguém do nosso lado que nos puxe o cabelo.
Em Abril eu pensei mil vezes no que iria fazer contigo, quem irias ser, o que irias ser. Hoje que és tudo, sinto-me desarmada à tua frente, baixei as defesas, mandei embora o medo.
No teu sorriso pequenino, no teu olhar diminuto e enormíssimo por sua vez eu vi-me a mim, eu reconheci-me e sem ti, Clara, eu jamais seria a mesma pessoa.
Tu não andas, tu não falas, tu só comes e só pensas em comida mas tu és a irmãzinha pequenina que sempre quis ter. Nunca te imaginei assim, nos teus vestidos pequeninos e fofinhos porque eu era demasiado imperfeita para querer algo tão perfeito, tão singular, excepcional e incomparável. Amo-te pequenina. És a minha Claire Bear (:

Dezembro, 2009