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"Com pequenas variantes, era um dia como todos os outros, até que bateste levemente na porta e inundaste a minha sala com a água clara dos teus olhos e salvaste a minha vida com um filtro mágico do teu sorriso e acendeste o mundo com o outro da tua trança semidesfeita e disseste, venho saber no que posso ajudá-lo, o meu nome é Inês."

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

humano

Muitas pessoas perdem ou gastam, conforme o espírito, muito do seu tempo a ensinar coisas, a dizer o que é correcto e a fazer o que está bem. Com o tempo vamos aprendendo a viver longe daqueles que gostamos, a não os abraçar, a não os ver e a não a sentir o seu sangue a correr ali tão perto, ali, mesmo ao nosso lado. Aprendemos a compreender as guerras e aceitá-las como coisas naturais, vemos o mundo a ser magoado, pessoas a serem mal tratadas e ficamos estáticos, apáticos e, pior que tudo, nem perdemos um segundo a pensar nisso. E vivemos num mundo com o qual não nos identificamos mas deixamos andar. Porém, sabemos fazer tabuadas, raízes quadradas, identificar células e, embora um pouco a custo, ainda fazemos uma rima, ainda escrevemos duas linhas em inglês e fazemos um pequeno raciocínio filosófico, se a memória não nos falhar ainda sabemos algumas datas de acontecimentos importantes e ainda identificamos as serras e as cidades. Se nos tirarem isto tiram-nos tudo, porque não sabemos mais nada. Não sabemos a dor de viver sem poder ter isto e criticamos o que temos tanta vez. Não sabemos o que é trabalhar e ser explorado, ser gozado, ser humilhado e perder a própria dignidade, não porque se quer mas porque é imposto. Não sabemos o que é pagar uma divida com a alma, não sabemos o que é sofrer de verdade e confundimos isso com a tristeza de não ter aquele jogo, aquele cd, aquela camisola, aquele perfume que todos têm, por não estarmos na moda. Se entramos na moda, somos todos iguais, vamos todos para o mesmo lado, quando um cai, os outros, irreversivelmente, caem todos e o mundo tem de aprender a viver de novo.
Uma estrela, um sorriso, um olhar, um abraço, um beijinho… estarão na moda hoje em dia? Não, então não prestam, não servem, ninguém os quer…
Na condição de humanos, na qual nos colocaram sem que fosse preenchido qualquer impresso, qualquer autorização ou qualquer anexo, esquecemos o mais importante, não sabemos tanta coisa!!
Só o que sonhamos é o que verdadeiramente somos, porque o mais, por estar realizado, pertence ao mundo e a toda a gente. (Bernardo Soares)

5 comentários:

Anónimo disse...

adorei ines :)

beijinho!

Unknown disse...

Grande post mesmo. Isto foi o q? Reflexão por causa de te ter dito que eras uma querida em fazer aquilo? :P

disse...

Bem, tenho 3 ou 4 coisas a apontar. A apontar não, que tem uma conotação negativa, digamos antes a considerar.
Começaria pelo facto de tipo "wau, que ganda texto" (ganda no sentido da profundidade da mensagem, não no sentido literal da semi-palavra). Depois diria que já fiz uma composição idêntica no 11º ano. Muito parecida a nível de conteudo, mas menos eloquente (nunca fui um artista de palavras, e muito menos o era há 3 anos).
Acabaria por dizer que não sei identificar células. Para mim uma célula do pé e uma da mão são iguais!
Desculpa a invasão, não em si, pois estou no meu direito de repostar, mas pela quantidade desta.

Cherry Blossom Girl disse...

Infelizmente...é tão verdade. Por isso mesmo fico feliz quando encontro pessoas como tu! Cada vez são menos e cada vez valem mais :)

Um grande beijinho para uma menina muito especial*

Selenyum disse...

Nem toda a ciência é assim, passo a citar uma coisa que me marcou. Foi no ano passado o tema do dia do departamento era física médica convidaram algumas pessoas importantes tanto do nosso pais como do estrangeiro para falar e depois de apresentarem cada um a sua parte fizeram um debate e um deles que veio do reino unido disse uma frase que calou os outros todos: "enquanto vocês gastam milhões para criar novas técnicas, podiam gastar milhares para melhorar as existentes como por exemplo os ultra-sons de modo a diminuir o custo de produção e poderem ser tornadas acessíveis a países mais carenciados".

Por isso acho que a mudança esta em cada um de nós.